segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Feliz


Ontem eu estava aqui escrevendo a postagem do "Todo Poderoso". Era domingo à tarde, o dia mais perverso da semana. Mas em meio ao futebol, as baixarias do "Tudo é possível", e a tentativa de programa bom do "Domingo legal", algo me chamou a atenção. Horas antes eu havia jogado arroz do almoço na porta de casa para que passarinhos viessem comer. E não é que eles vieram mesmo. Tranquilamente, ao som das composições de Michael W. Smith - que eu ouvia na hora -, como se nada mais importasse pra eles, vinham, bicavam um pouquinho e levavam certa quantidade do arroz duro do meu pai para as telhas da gigantesca casa do vizinho, onde provavelmente iriam encontrar seus filhotes e alimentá-los. Há! Um passarinho acabou de vir a minha porta. Me olhou um pouco e foi embora. Mas o mais interessante é que essas criaturinhas mixurucas parecem extremamente felizes. Mas como, em meio a tanto sofrimento, em meio às tristezas dessa vida inútil que levamos aqui??
Há alguns dias eu estava em São José dos Campos trabalhando com palestras. Pra conseguir uma grana extra, eu tinha que abrir algumas palestras, mas eu não conseguia de jeito nenhum. Tava feio o negócio pra mim. Já estava desanimando, quase voltando pra casa. Ai eu sentei no ponto de ônibus, verifiquei quanto dinheiro eu ainda tinha e reclamei da vida. Eu tava me esforçando.Que Droga! Por que aquilo só acontecia comigo? Que inferno! Por que eu tinha que ser o mais infeliz naquela cidade?? Até que, sem mais nem menos, um menininho que por ali passava, um pirralho, todo sujo e fedorento, caindo aos pedaços aos miseráveis 9 ou 10 anos que ele tinha, parou na minha frente. Ele estava com tampinhas de garrafas nas mãos. Ninguém sabe disso, mas quando eu estou irritado eu aborreço, eu repudio, eu sinto um ódio mortal se alguém que eu não conheço vier falar comigo. Quando eu ando na rua, to atrasado, chutei a quina da cama com o dedinho do pé, ai vem um desconhecido e fala alguma coisa, qualquer coisinha, comigo... Meu, sinto vontade de espancar a pessoa. Agora imagina eu lá sentado do ponto de ônibus, sozinho, desanimado, com fome, com umas moedinhas pra pagar o ônibus. Aí vem um molequinho do nada, pára na minha frente e fica olhando. Puts! Só faltou eu dar uns sopapos do moleque. Mas ele me desconcertou. Me olhou durante alguns segundos, e eu pronto pra ser extremamente estúpido com ele, e ele disse bem assim: "Meu pai junta tampinhas de garrafa".
Eu olhei pro carinha, estranhei. Não achei que ouviria algo como aquilo. Mas em vez de dar uma patada nele, eu disse algo como: "Legal...". Ué? O quê que eu ia dizer? "Obrigado por compartilhar a vida do seu pai comigo", ou talvez "Problema dele", ou "Fo*#$-se, o meu junta contas pra pagar, e daí"? Eu fiquei meio sem jeito com aquilo. Ai ele disse pra mim: "Se você tiver alguma tampinha de garrafa, você dá ela pra mim?"...
Não sabia onde enfiar a cara. O carinha sujo e sem nada, não desistia de ajudar o pai, e eu - pelo menos com a cueca limpa - lá quase morrendo.
O garoto foi embora e eu fiquei lá, pensando naquilo. O que seria de mim se eu tivesse no lugar do pequenininho? Tenho o suficiente pra viver, e ele não. E eu aqui, tão infeliz?
As pessoas não sabem viver. Animais vivem melhor que as pessoas. Eles não têm preocupações, e por que? Saem de casa de manhã para arrumar o que comer ACREDITANDO que vão conseguir. Eles têm fé. Mas além disso, têm consciência de que não vivem só pra si mesmos. Essa é uma filosofia que eu prego. É claro que nem sempre consigo seguir, mas to me esforçando. Viver para os outros e não pra si mesmo. Deixar esse egoísmo corrosivo de lado e viver pelos que estão a sua volta. Não é bom tentar agradar a todos, você nunca consegue e ainda fica magoado por isso, mas viver tentando ser melhor para as pessoas com quem você convive. É por isso que aqueles passarinhos são tão felizes e despreocupados. Eles vieram até a porta de casa e levaram o arroz para o ninho. Queriam repartir com os da casa deles.
Sua bondade volta pra você. É sempre assim, é infalível. Tente viver de verdade, ser melhor para os outros, mas tenha paciência, isso leva tempo.
"A felicidade não está em viver, mas em saber viver. Não vive mais o que vive, mas o que melhor vive, porque a vida não mede o tempo, mas o emprego que dele fazemos."


PS.: Falando em felicidade, eu me lembro de uma amiga minha que tá fazendo aniversário hoje. Aquela que eu sempre fico feliz em ver, por que a alegria irradia do rosto sempre sorridente dela. Essa ai vive de verdade, com certeza. Sei disso por que ela sempre está feliz. Sei que é redundante pra você Le, mas Feliz Aniversario!! Mtos anos de vidaaa!
Ps.2: http://confiar.atspace.com/Quem_mexeu_no_meu_queijo.pdf - Esse ai é o livro: Quem mexeu no meu queijo. Muito bom e curto, e ensina várias lições a quem lê.
PS.3: Definitivamente esse lobo ai em cima sabe como fiver feliz...

Homenageado do dia: Lord

Na verdade o nome dele é Alan, mas eu chamo ele de Lord por causa do MSN dele. To falando dele hoje por que a frase que eu coloquei entre aspas foi ele quem me passou. Perguntou se eu poderia colocá-la no blog, afinal poderia ajudar alguém. Eu disse: "Claro". E está ai.
Eu conheci o Lord na oitava série, quando mudamos de escola. Pra melhorar ainda mais a situação, colocaram o Lord pra sentar atrás da minha carteira. Não deu outra, desenvolvi uma grande amizade com esse cara.
Uma das coisas que eu mais admiro nele é a capacidade de descobrir as coisas que ele tem. O Lord tem uma cabeça ótima, pega as coisas no ar sem precisar pensar muito. Se um dia eu tiver uma equipe de detetives, o Lord vai ser meu braço direito.
Lord, cê sabe que cê é mano, companheraço... Tá no coração. Foi muito bom conhecer você e vai ser muito bom ser amigo seu até um de nós abotoar o paletó de madeira. Abração cara....

bjo.me.manda.um.racado.no.orkut

Nenhum comentário:

Postar um comentário